Enquanto guincham as hienas, em algum lugar há uma voz resistente e
sábia, de mulher, como esta que se ergue, de Lenilde Freitas, que nos
representa.
Mulher
Lenilde Freitas
Escolheram-me rainha
e com doçura de fada
puseram em minha cabeça
uma coroa — enferrujada.
Depois, sentaram-me num trono
de dor. Daquela dor não dosada
— mas tudo quase com amor
e com doçura de fada.
Deram-me também um cetro
não dado — só emprestado;
vestiram-me então de preto.
E ao julgarem que me convinha —
deixaram-me — ali — sozinha —
rainha e soberana
de um mundo despovoado.
Mulher
Lenilde Freitas
Escolheram-me rainha
e com doçura de fada
puseram em minha cabeça
uma coroa — enferrujada.
Depois, sentaram-me num trono
de dor. Daquela dor não dosada
— mas tudo quase com amor
e com doçura de fada.
Deram-me também um cetro
não dado — só emprestado;
vestiram-me então de preto.
E ao julgarem que me convinha —
deixaram-me — ali — sozinha —
rainha e soberana
de um mundo despovoado.
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