Caros Amigos,
Apresento, afinal, o livro que me
prometi em fevereiro e só agora aparece. Não está atrasado. Estava apenas
esperando, quem sabe, dias melhores. Mas os dias melhores não chegam. E
portanto aqui vai ele, sem saber como será o futuro, mas seguindo, tentando,
armando-se de algum otimismo. Como um brasileiro.
O comício de lançamento será no dia 25 de julho no Espaço Cultural Olho da Rua, na rua Bambina 6, em Botafogo, a partir das 19h.
O comício de lançamento será no dia 25 de julho no Espaço Cultural Olho da Rua, na rua Bambina 6, em Botafogo, a partir das 19h.
Abaixo segue o texto de introdução,
uma conversa que eu sempre imagino ter com os leitores. Uma toque de crônica, gênero pelo qual nutro grande
admiração, e outro toque de aproximação.
Para início de conversa...
Agradeço aos poetas que
estiveram comigo ao longo dos anos, aos que encontraram o caminho da poesia,
aos grandes poetas e também aos médios, categoria em que me incluo. Isso não me
diminui, no entanto, acreditem, leitoras e leitores que por acaso andarem por
esses versos. José Saramago disse que a cultura é feita pela mediania, mais do
que pelos gênios. Concordo com ele. Por isso tenho meu lugar.
Esperei que passasse o ano de
2016. Não queria publicar num ano tão tenebroso. O ano em que as instituições,
já tão desacreditadas, realizaram um strip-tease moral, ferindo de morte os
frágeis preceitos constitucionais e dando relevo a ambições insaciáveis.
Durante todo o ano esperei que
neste nosso vasto País se levantasse alguém e desse um basta a esse golpe com
ares de ópera-bufa, fazendo-nos voltar à razão. Quisera que fosse o poeta; que
uma voz nova, forte e convincente se levantasse e nos levasse a todos a um
mundo diferente. Mas não foi, e penso que ao menos agora, neste momento em que
há um vazio de esperança, não será.
Houve um tempo em que a poesia
chamada “de protesto” saiu de moda e passou a ser olhada com desdém. Mas não me
importa a moda, é assim que sou, fui (e ainda vou) em frente. O que é o ser
humano sem que o mova o desejo de mudança, a transposição de um limite, um
eterno querer?
Este livro pretende apenas
deixar registrados os poemas que fiz num período grande e coincide com os 70
anos que alcanço. Incluí alguns poemas de outros livros, de que gosto. Nunca é
demais afagá-los. O que fazemos ou não constrói a nossa história. Podemos
falhar, mas não sempre. E de tanto tentar, às vezes acertamos.
Os grandes temas da história
humana com os quais sempre se ocuparam os escritores se tornaram banais ante a
escalada da violência e da ameaça global do totalitarismo. O mundo inteiro se
brutaliza.
Nenhum de nós esperava um
futuro de trevas, mas de alguma forma deixamos que se concretizasse. É por isso
que
Precisamos conversar outra vez.
...
...
Cara Helena, parabéns por mais essa conquista. Sucesso. Abraços. Pedro.
ResponderExcluirAcredito que os poetas se levantaram, sim. Mas suas vozes não são ouvidas Construimos uma sociedade para a qual não pode haver poesia, q qual é, em essência, o oposto do capitalismo. Porque nele o que vale é o descartável, o que é rapidamente esquecido, defasado, fora de moda. A poesia é o oposto disso. Demora a nascer e é permanente. Como a arte. Não à toa vivemos em tempos onde artistas são chamados "vagabundos". Nada é por acaso. Dia 25 estaremos juntos. Como sempre estivemos.
ResponderExcluirainda continuamos expulsos da Pólis, Platão, Descartes e o capitalismo.
ResponderExcluirLASANA LUKATA