27 de novembro de 2014

POESIA FALADA (1) - IDEA VILARIÑO

Estes são os primeiros poemas falados que pretendo editar em série. 
Por que?
Porque gosto deles e também de falar poemas.
A poeta uruguaia Idea Vilariño abre esta série 
em que a relembro e homenageio.

Idea Vilariño (18/08/1920 - 28/04/2009)                                 Poeta, ensaísta e crítica literária uruguaia.




https://soundcloud.com/helena-ortiz-poesia-falada/pobre-mundo-idea-vilarino

https://soundcloud.com/helena-ortiz-poesia-falada/ontem-a-noite-poema-de-idea-vilarino

https://soundcloud.com/helena-ortiz-poesia-falada/carta-poema-de-idea-vilarino



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13 de novembro de 2014

MANOEL DE BARROS (1916-2014)

Conheci a poesia de Manoel de Barros quando li, pela primeira vez, numa sala de espera de um consultório médico, seus poemas publicados na revista Caras. Quem diria! Mas no rodapé indicava o livro. Era Gramática Expositiva do Chão, que corri para comprar e ao qual volto e voltarei porque foi como uma anunciação. Depois vieram a fama e um sem fim de "insignificâncias" de onde ele tirava sua poesia original.
Agora não está mais no Pantanal. Não está descobrindo imagens em grampos enferrujados e outros objetos desúteis. Não está mais habitando o mundo, a terra, da qual sempre esteve tão perto. Foi para outras paragens, às quais já pertencia. Deixou-nos com a sua poesia, que é enorme, e traz natureza e humanidade, embora até hoje se pense que são coisas dissociadas.



Na enseada de Botafogo
Manoel de Barros

Como estou só: Afago casas tortas,
Falo com o mar na rua suja...
Nu e liberto levo o vento
No ombro de losangos amarelos.

Ser menino aos trinta anos, que desgraça
Nesta borda de mar de Botafogo!
Que vontade de chorar pelos mendigos!
Que vontade de voltar para a fazenda!

Por que deixam um menino que é do mato
Amar o mar com tanta violência?

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9 de novembro de 2014

PARCEIROS SINISTROS


Volto ao tema surrado mas sempre atual: legalização das drogas. Que agora tem dois parceiros declarados: A Rede Globo, que não deixa passar um dia sem publicar meia ou até página inteira sobre a questão em suas múltiplas faces e a polícia, que não deixa passar nem um dia sem que se descubra uma ligação com a corrupção e o tráfico. O que estará atrás disso, não sei, ninguém me conta. Mas tenho bons motivos para desconfiar.
Com parceiros como esses, impossível que a proposta da legalização não avance, apesar da sabida resistência conservadora (ou investidora?)
O que temos é: o consumo de drogas, da mais palatável às letais, não vai acabar, com legalização ou sem ela. É tão antigo quanto o mundo e a insatisfação humana com a realidade.
A legalização significará para alguns uma perda absurda de dinheiro. Mas tirará da prisão muitos jovens pobres que fumavam um baseado, outros em que a prova foi plantada, evitará a primeira prisão, o primeiro crime, o grande ódio.
Só não ressuscitará  o contingente de jovens mortos em "autos de resistência"
Enquanto isso, a Justiça está cuidando dos seus 20%.

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