25 de janeiro de 2016

ETTORE SCOLA

ETTORE SCOLA
(1931-2016)




2016 não é bem um ano novo, é uma continuação do que já vinha acontecendo. A mudança aconteceu só no calendário. Muitas mortes irremediáveis, muitas promessas que não se cumpriram, muitas decisões que novamente adiamos.
Tudo isso, no entanto, é pouco e pequeno, quando penso na carreira do cineasta Ettore Scola. 

Eu, que ainda tenho locadora perto (uma raridade!) passei o fim de semana vendo Concorrência desleal, La noite des Varennes e Um dia muito especial. Todos eles têm pontos em comum: Roma, a gente pobre de Roma, os valores éticos, a história, o fascismo, o amor e, já naquele tempo, a solidão (a tortura física e moral ) dos homossexuais e das mulheres. Em todos, a compaixão. 
É impressionante ver como os filmes daquele tempo, tão baratos, tornaram-se eternos, enquanto outros, para os quais são necessários muitos milhões de dólares, passam como um cometa que foi visto mas ninguém lembra.

Os cineastas dos anos 50 e 60 eram intelectuais, pensavam o mundo, e tinham que fazer filmes com cuidado, sem provocar as iras do fascismo. Os de hoje, não sei. Perseguem o sucesso. Mas qual sucesso? O de mídia?

Sucesso é fazer filmes que até hoje são novos e nos emocionam a ponto de nos tornarem jovens também.
Addio, nunca, Ettore Scola. 

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