25 de setembro de 2011

MACONHA PARA A SAÚDE






Há alguém fumando maconha no Rock in Rio? Os seguranças pegam-nos pelo pescoço, dão-lhes uns tapas, levam para a delegacia, aceitam qualquer prenda ou o cidadão é convidado a apagar o cigarro? O que é que vocês acham? Entre 300 milhões de usuários de drogas no mundo ninguém está, neste momento, acendendo um cigarro de maconha no meio de tudo?
Não me chama atenção o rock in ruínas. Há muito tempo o rock é um mito a derrubar. Pois derrubaram. Cláudia Leite e Ivete Sangalo e por aí, incluindo sertanejos e padres, já mostraram. Faltou Luan Santana. Drogas legalizadas, que fazem um mal horrível e que os jovens, e não só eles, são incentivados a consumir, sem saber que a ditadura dos dias de hoje é o consumismo. Fora isso, má informação (ou má intenção?) porque Martinho da Vila, Sandra de Sá e Bebel Gilberto nunca foram roqueiros na vida.
O jornal O Globo mais uma vez (lenta e gradualmente) traz a sua opinião de "vanguarda" em editorial, seguindo a idéia do exmo.sr.ex.presidente.e.agora.comandante da Comissão Global de Política sobre Drogas, Fernando Henrique Cardoso (aquele!) o que equivale a dizer que defender a descriminalização da maconha é também uma política do jornal.
E eu? Como é que eu fico? É ele o meu comandante, agora? Tomou a minha bandeira? E O Globo é meu porta-voz? Meu Deus! Estou enlouquecendo, me ajudem.
Li muitas vezes o texto. Reparei, por exemplo, que foi abordado o aumento do consumo global de drogas, os bilhões que gera e que nem a Coca-Cola iguala, o caso mexicano, o da Colômbia, do Afeganistão, de El Salvador mas não fala, em nenhum momento, na questão das armas. Estranho, não? Também não fala na extinção dos pobres entre 18 e 25 anos, nem nos milhares que se espremem nas cadeias.
E tem mais: de repente, uma frase solta, assim, como quem pousa, quase no fim do texto "Se é fato que muitas pessoas caem na armadilha das drogas é justo dar-lhes também o direito de sair". Fiquei pensando no que isso podia significar. Armadilha? Justo? Dar-lhes o direito? Que é isso, afinal?
"Cada vez é mais evidente o fracasso da guerra às drogas declarada há cerca de 40 anos pelo presidente Nixon", diz o editorial. Ora, Nixon caiu, mas a guerra continuou. Não seria o caso de interromper por aí?

O Estado prefere abrir mão desse absurdo de dinheiro para poupar-nos a saúde? Que bonzinho! Mas o Estado não precisa de dinheiro para a saúde? Quem sabe? Imposto direto sobre comercialização, venda e consumo. Quer fonte melhor?
Acho que a idéia não é má, afinal, há dois editoriais na edição do globo de 25 de setembro. Um se refere à CPMF; outro, à descriminalização da maconha. Editoriais não são escritos por acaso, vocês sabem.
E agora? Mas até hoje se dizia que a maconha era ruim para a saúde?
Quer dizer que agora não é mais? É a mesma coisa que o açúcar, o café, o chocolate?
Ah, bom.
Então dá para pensar em caixas de cigarros vendidos na banca com fotos dos âncoras de O Globo dizendo, sorridentes: Maconha não faz mais mal à saúde.




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12 de setembro de 2011

OLHA O BICHO QUE DEU

Leio no jornal que o Governador Sérgio Cabral acha que o jogo do bicho, se aberto e legalizado, poderia ser uma fonte de financiamento importante para muita coisa. Ora, que eu saiba, o jogo do bicho é aberto (o cidadão pode apostar em qualquer esquina), e legalizado. Já vi policiais e guardas fazendo a sua fezinha. E nunca vi ninguém preso por exercer o seu direito ao azar.
Os apanhadores de jogo do bicho, pessoas aceitas pela sociedade, trabalham na calçada, democraticamente, às vezes sentados em cadeiras cedidas pelo comércio local. Não há programas para recuperação e reabilitação de pessoas viciadas em jogo do bicho.
Há os jogadores contumazes e os eventuais. Todo o brasileiro já jogou no bicho um dia. Se não jogou, pensou em jogar. Sem culpa.

Finalmente, fonte de financiamento sempre foi, para políticos e escolas de samba em geral, que tudo é carnaval.
Está tudo tão acertado no jogo do bicho que sobre ele não há desavenças. Não existe tiroteio que tenha como fonte o jogo do bicho. Os banqueiros do bicho são mais limpinhos, dá para conversar com eles numa boa. Têm avião e mansão. Gente fina. Recebem super bem e às vezes rola um pó puríssimo, como há muito não se via. Não tem baixaria, baile funk, essas coisas. Às vezes tem até canja de sambista.

Ninguém conhece o valor do mensalão do bicho. Já em relação às drogas já se sabe que a patente é determinante para estabelecer o valor. E os envelopes já vêm com o nome dos destinatários. Nada de banco. O dinheiro sai direto do cofre da empresa para os funcionários (no caso, terceirizados).
Você pode pensar que são os antigos policiais, a rebarba da corrupção, que ainda não foi treinada em moldes mais modernos para a integração com a comunidade que está fazendo essas barbaridades. Nada disso, amigos, os policiais afastados são recrutas. A idéia (diz o jornal) era justamente impedir a contaminação dos agentes com esquemas de corrupção. Foram formados pelo Centro de Aperfeiçoamento de Praças (Cefap), que é, ao que tudo indica, uma ótima formação. O recruta já sai sabendo o que os antigos levaram anos para organizar. Talvez pudesse haver um critério para aumento por antiguidade, por exemplo. Há que estudar.

Claro que a pacificação é possível! O jogo do bicho, por exemplo, está totalmente pacificado.



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