12 de setembro de 2015

A CAMINHO DO FIM

Já não compareço ao blog com a assiduidade de antes, movida a espantos. Já não vejo muito sentido. Tantas pessoas escrevem, mais e melhor do que eu. Tantas vezes os assuntos que me interessam são comentados, analisados, replicados e compartilhados. Não precisam de mim.
Além disso, confesso: sou uma perdedora. Perdi o bonde e a esperança.
Sou contra a maioridade penal: perdi.
Sou contra o armamento geral: perdi.
Sou contra desmatamento: perdi.
Sou contra frases feitas: perco diariamente.
Sou contra a reforma ortográfica: perdi, embora ainda resista.
Sou a favor dos índios, dos sem-terra e dos sem-teto. Venho perdendo.
Sou a favor da legalização das drogas. E antes que os senhores ministros decidam, já sei que perdi.
E ainda venho acumulando perdas quando digo que a polícia é o principal agente da violência, e não da segurança.

Concluo portanto que este não é o meu tempo, que este não é o mundo que esperei transformar, assim como vocês, e só o que consegui foi assistir a quanto ele piorou. Só consegui, afinal, mudar a mim mesma - tarefa ainda não terminada.
Tudo que está acontecendo os livros nos revelaram. Todas as loucuras, os crimes, as retaliações não se repetiriam. Acreditamos na boa vontade dos homens que trabalhariam para que a terra desse seus frutos para todos.
Pois esses terríveis acontecimentos que envergonham a história se reeditam. E piores, porque estão sendo vividos agora, sofridos agora,
O futuro, afinal, chegou.
E como sempre, não estávamos preparados.


PS. A foto também é de algo que perdemos: os rios limpos.