Os mais delicados dirão que não é bem assim, que há taxistas normais. Tudo bem. Mas sei também que os próprios taxistas concordam com o fato de que seus coleguinhas (e são muitos) há muito tempo abusam do que é possível abusar, que é exatamente o regulamento de trânsito e a paciência dos usuários.
Por que? Porque não há nada que os impeça. Nem ética nem polícia. Nem segurança nem respeito ao outro. O que tenho visto (e vocês terão certamente outros exemplos) é a falta de educação generalizada e uma petulância que não aconteceria se o passageiro não fosse, muitas vezes, tomado pelo medo. Pensamos: se ele está fazendo isso e eu reclamar, ele é capaz de fazer pior. E então calamos. E aí ele faz pior porque calamos. Assim é desde que o mundo é mundo.
Para quem não sabe, na semana passada um grupo de taxistas espancou um colega que pretendeu pegar uma passageira no aeroporto do Galeão. Pretendeu, porque seus colegas o ameaçaram, perseguiram-no e deram-lhe uma surra que o deixou desacordado. Os guardas (o vídeo mostrava) olhavam para o corpo do taxista e hesitavam em tomar ou não alguma atitude. Mas sempre há alguém que vê o que se faz pretensamente escondido.
Por que isso acontece? Porque a polícia não coíbe os abusos, dos quais ela mesma leva a taça.
Ora, se um taxista, que não ganha lá muito bem, pode acordar um irracional dentro de si, isso significa que o monstrinho está lá, e dorme. Mas de vez em quando acorda e distribui um tabefes, no mínimo uns palavrões, sem que nada se faça contra ele.
Agora vejam o caso do goleiro. Pobre, sem educação, sem ninguém que o instrua em relação a valores morais, e pelo visto sem a menor preocupação de instruir-se porque afinal milhões de pessoas nessas condições não resultam nisso. Deu no que deu.
Sabemos que não é só ele que se diverte espancando mulheres. Quando se diz festas, das quais muitos deles participam, trata-se no mínimo de um grupo de pessoas(?).
E o pacto de amizade eterna com seu amiguinho? Isso diz alguma coisa para vocês? Para mim diz muito. Por que um homem odeia tanto as mulheres?
Homens para quem mulher só serve para meter e espancar, capazes de matar e desossar, capazes de "pensar" em matar também a criança - esses homens não são gente. São a deformação do que foram as gentes, são aqueles monstros de que já falava o próprio Fernandinho Beira Mar, criados pelo sistema explorador, que se interessa de tirar dele a única coisa que tem para dar, que é jogar futebol.
O dinheiro lhes dá um nó na cabeça, perdem a consciência, não sabem quem são, e de repente tornam-se onipotentes.
Os jogadores são aqueles guerreiros que entravam na arena para matar ou morrer. E mesmo matando olhavam para os cartolas da época e viam que, entediados, o polegar dos poderosos virava para baixo, sem apelação.
Os taxistas por enquanto estão torcendo nas arquibancadas. Mas tudo indica que gostariam muito de estar na arena. E alguns talvez queiram se tornar goleiros.
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