
Vou à corte, que é como o Brasil trata Portugal até hoje, haja vista o ridículo tratado ortográfico implantado. Portugal não deu a mínima. O Brasil rasgou dinheiro.
Não encontrarei Pessoa ou Almada Negreiros no Martinho da Arcada, caminhando pelo Chiado, por Lisboa inteira, mas saberei que está ali, definitivamente ancorado.
Andarei pelo Bairro Alto, pleno de promessas, e ouvirei um sotaque de que nunca gostei muito. Lembra-me sempre um pouco o português de José Cardoso Pires, sempre a se queixar. Sério demais, rabugento quase sempre. A verdade é que em contraponto aos nossos ronaldinhos Portugal tem como ícones Camões, Fernando Pessoa e Saramago. É uma diferença. Talvez aquela que nos coloca sempre em terceiro mundo.
Não encontrarei Pessoa ou Almada Negreiros no Martinho da Arcada, caminhando pelo Chiado, por Lisboa inteira, mas saberei que está ali, definitivamente ancorado.
Andarei pelo Bairro Alto, pleno de promessas, e ouvirei um sotaque de que nunca gostei muito. Lembra-me sempre um pouco o português de José Cardoso Pires, sempre a se queixar. Sério demais, rabugento quase sempre. A verdade é que em contraponto aos nossos ronaldinhos Portugal tem como ícones Camões, Fernando Pessoa e Saramago. É uma diferença. Talvez aquela que nos coloca sempre em terceiro mundo.
Parece que em Portugal não gostam muito de que Saramago tenha sido internacionalmente maior do que Cardoso Pires. Não sei, ouvi falar. Todas as generalizações são arriscadas. Gostaria de encontrar António de Almeida Santos, mas que sei eu? Sou o que posso, transeunte inútil de ti e de mim, transeunte de tudo, até da minha própria alma.
"Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser."
Vou , pela noite adentro, e por meu pé entrarei.
Vou e volto. Espero voltar. Alegria enorme de voltar e encontrar, desde o alto, o Rio de Janeiro, meu primeiro amor, renovada alegria perseguida. Voltar e encontrar o que há de mais belo, grandioso e surpreendente e também terrível, feio e assustador. Ainda assim, cultuado - pobre grande amor!
"Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser."
Vou , pela noite adentro, e por meu pé entrarei.
Vou e volto. Espero voltar. Alegria enorme de voltar e encontrar, desde o alto, o Rio de Janeiro, meu primeiro amor, renovada alegria perseguida. Voltar e encontrar o que há de mais belo, grandioso e surpreendente e também terrível, feio e assustador. Ainda assim, cultuado - pobre grande amor!
"Assim, impossível, o nosso amor será eterno."
Pois vou, e espero que estejam todos aí, meus caros leitores amigos (e também os desafetos), firmes, lutando diariamente, escapando dos abismos, evitando as torrentes ou qualquer coisa que, de repente, sem aviso nenhum, mude o curso do rio que pensamos conhecer. Que tenham a revelação que esperam, e não recebam aviso nenhum do prazo que expira.
Vou (é quase certo) e volto (não sei ao certo), mas deixo-lhes o poema. Que mais posso deixar?
Pois vou, e espero que estejam todos aí, meus caros leitores amigos (e também os desafetos), firmes, lutando diariamente, escapando dos abismos, evitando as torrentes ou qualquer coisa que, de repente, sem aviso nenhum, mude o curso do rio que pensamos conhecer. Que tenham a revelação que esperam, e não recebam aviso nenhum do prazo que expira.
Vou (é quase certo) e volto (não sei ao certo), mas deixo-lhes o poema. Que mais posso deixar?
Humanu
há sempre aquele que em silêncio nos ausculta
sonda nossos gestos
avalia a profundidade dos líquidos
em que nos movemos
há sempre alguém que perscruta
e sem cautela
investiga (e condena)
a nossa alma despida
joga a rede de palavras e quer
por que?
nos apanhar
há sempre alguém que não contente
quer sentir também
a nossa sede
...