Depois de dois meses, sendo que o último praticamente incomunicável, transportada agora para Piratininga, região oceânica de Niteroi, (de quem o governo solapou a dignidade, depois da fusão do Estado do Rio de Janeiro e Guanabara), eis que apareço, ainda confusa frente aos meios de comunicação, depois de tanto tempo de convívio com o simples.
Abro um parêntese para justificar a expressão "solapou a dignidade" que se usava muito nos discursos do passado e que era considerado de grande efeito porque ninguém sabia o que era "solapou" e poucos sabiam o que era "dignidade". Mas o palanque, os correligionários, o talento para o assombro funcionavam que era uma beleza.
Volto à pauta:
Demorei a ter televisão, mas foi o que veio primeiro. Até esse momento eu e Sócrates, o gato que me acompanha, vivemos uma vida absolutamente frugal, distante de aparelhos ruídos e conflitos. Uma sensação de quase não pertencer ao planeta. Luas auroras estrelas surpreendentes, pendurar o tapete, quarar o guardanapo, molhar as plantas, colher os côcos que caem como um dia caíram as nozes e noutros tempos floriram os maracujás. Telhados e chão, terra. Mas também pedras, espinhos, insetos. E naturalmente, esperar os técnicos das operadoras. Que não vinham.
Enquanto isso, livros que esperavam a vez. E eu por eles. Chovia, e entre um chá e outro, numa casa de piso frio, eu aguardava por tempos melhores.
E então veio o sol.
Muitas coisas aconteceram nesse tempo, para mim e para vocês. Alguém nasceu alguém casou alguém separou alguém morreu. As prisões estão cheias e o bandido diz: Nós aprendemos com a polícia. Aprendemos as táticas e eles ainda nos trazem a munição. Como é que eu vou sair daqui para comprar armas? Alguém tem que trazer. A guerra se intensifica. Há sempre uma guerra de extermínio divulgada de forma a que "a justiça se faça". Essa é a nossa guerra. Em outros países elas têm outra forma, mas nunca cessam.
Durante um mês não tive telefone nem estive conectada. Estava mais próxima do caminho das formigas do que dos conflitos mundiais. Querem soluções pacíficas? Aprendam com as formigas. Mas eis que me surpreendo com a publicação dos princípios editoriais das Organizações Globo. Terão alguma coisa a ver com a fase infeliz do Governador Sérgio Cabral, que também necessita de um código de ética por escrito? Será um tempo de desculpas?
Do nada, sem ninguém esperar ou exigir, as Organizações Globo divulgam os seus princípios editoriais, que deixam perplexos aqueles que, como eu, consideram que se trata de uma organização criminosa responsável pela divulgação de programas que deterioraram a educação, a cultura e o comportamento dos brasileiros, em que pese ter levado a cabo projetos de "recuperação" de crianças e áreas carentes.
Pelo que sei, as Organizações Globo sempre estiveram ao lado do poder, e o poder sempre se interessou em mascarar a educação, fingindo que faz sem fazer. Fazem parte da burrificação Xuxa, Trapalhões e, mais modernamente, BBBs.
Será que preparam uma defesa já pensando em que um dia a casa cai, como ensaia cair, por exemplo, (e antes da Copa), o castelo do Governador? Mistério. Alguma coisa há que não me contaram.
E falando em defesa, mais uma que caiu: a de Nelson Jobim. Deve ser mesmo uma fase astral propícia a quedas.
E falando em defesa, mais uma que caiu: a de Nelson Jobim. Deve ser mesmo uma fase astral propícia a quedas.
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Todos temos defeitos. Porem como Cabral é um bom governante e cuida de nossa sociedade.
ResponderExcluirSiempre grato de recibir sus novedades, sus noticias y puntos de vista cara amiga y poeta Helena. Un abrazo desde Santiago de Chile,
ResponderExcluirLeo Lobos