15 de agosto de 2012

CAUSÍDICOS E CAUDILHOS

O título partiu de um ato falho do Ministro Joaquim Barbosa. Ia dizer causídico, falou caudilho, logo ajeitou. É explicável. Afinal, a Justiça sempre obedeceu ao poder da hora. 
A douta Justiça é tão complicada no Brasil que a Globo resolveu colocar um tradutor dando o resumo da ópera que se descortina nas telas a propósito do Mensalão. É tão difícil o linguajar de alguns ministros, e tantas as leis a que se reportam que não é possível a uma pessoa comum nem saber se estão votando contra ou a favor. 
Hoje levou-se um bom tempo para decidir se o Tribunal escrevia à OAB fazendo queixa das ofensas feitas ao Ministro Joaquim Barbosa por três advogados, ou não. Desliguei antes. Pouco me importa o pleito infantil do Ministro e nem sei se era hora de levantar a questão.
Além disso, considerando a palavra dos senhores causídicos, todos os acusados são inocentes. Talvez o procurador geral da República seja enviado a um hospício, visto que inventou tudo isso. 
Eu, você, o cara da banca, o mecânico e o porteiro soubemos que não foi pouco o dinheiro usado por Fernando Henrique para que passasse a emenda da reeleição. Naquela época não aconteceu nada. Ninguém se indispôs com o Poder. Os que aceitaram receber receberam e tudo continuou porque como vocês sabem, a boca é boa. E a Veja era cega.
Desta vez houve uma denúncia, e num país dito democrático, refém da imprensa marrom, é sempre bom investigar. E então armou-se o circo. 
Palco, meus amigos. A Justiça também é feita de vaidade e ilusão. Vaidade, a deles, porque são inalcançáveis e usam para isso o que há de mais difícil: o próprio idioma, mas aquele que foi feito só para os que freqüentam (sim, com trema) as altas cortes. Ilusão, a nossa, que ainda que tenhamos visto quase tudo, às vezes acreditamos.
Enquanto isso, nas ruas, movimentos de categorias diversas vingam-se do Governo infernizando a vida dos outros. Que outros? Nós, impotentes ante causídicos ou caudilhos.
Para melhorar, nos acenam com quê? Eleições!
Não bastasse, vejo que a Sra. Presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster, aceita fazer a campanha para o Criança Esperança. Ainda que de capital aberto, o Governo é o acionista majoritário da Petrobras. E a Petrobras é uma das empresas que  financiam o projeto da Rede Globo - oposicionista conhecida do Governo. Vá entender. 


...

4 comentários:

  1. Não me surpreendo, minha cara, apoiar um projeto da Rede Globo é como conquistar um oponente, deixando-lhe o rabo preso...

    ResponderExcluir
  2. Uma justiça que leva até 10, 20 ou 30 anos pra julgar uma causa, é prova de que a instituição não funciona.
    As instituições não funcionam, por isso o país continua primitivo, o Congresso funciona ? o SUS ? a segurança ? o Souza disse tudo, conquista-se o oponente e se mantém o Poder pelo P(h)oder.

    ResponderExcluir
  3. Com o suposto "Maior-Julgamento-Político-da-História" todo mundo esquece ou deixa de lado os vínculos que a Rede Globo, e a Veja, têm com o quase cidadão honorário Carlinhos Cachoeira, cuja CPI está andando.
    O problema todo é que, neste caso, todo mundo vira entendedor de política e é essa política que vai para a boca do povo - se é que isso é realmente fazer política.

    ResponderExcluir
  4. Helena, vc me conhece sabe que falo mesmo, são todos cínicos e todos têm rabo de palha, se pisar e tocar fogo não sobra uns cinco: vc , o Souza, faustino, o macaco tião que a esta hora está no céu e Silvio Santos.

    ResponderExcluir