Cansa, cansa muito escrever sobre velhos problemas, aparentemente novos.
Escrevo, portanto, sobre o que é sempre novo, mesmo que antigo. Falo de poesia que,
não importa a forma, segue nova em outras vozes e continua lançando um pó mágico sobre os poetas que, esses sim, não se cansam de sabê-la, própria ou alheia.
O que seria dos poetas mortos se não fossem os poetas vivos?
São os poetas que não se cansam de reunir, organizar, traduzir, divulgar a poesia, como se deles dependesse (e depende) que ela siga por aí, tocando magnificamente as almas daqueles que não sabem bem o que sentem, não sabem bem, mas se acham diferentes, até que um dia se descobrem; também eles são poetas.
Temos aqui exemplos desses poetas que se dedicam à própria criação mas não descuidam das fontes em que se iluminaram. A homenagem aos mortos, autores de uma obra sempre-viva, só pode ser movimento de poeta. Fazem-no por vocação, porque sabem que assim estarão lidando com o que lhes dá prazer ao mesmo tempo em que possibilitam novas leituras dos poetas de outros tempos.
AUGUSTO SÉRGIO BASTOS - organizou e prefaciou a edição dedicada ao poeta Luís Carlos, que faz parte da série Essencial, uma iniciativa da Academia Brasileira de Letras dedicada a divulgar os poetas, ocupantes das 40 cadeiras da ABL, ao longo do tempo.
Não é a primeira vez que Augusto faz esse trabalho, e o faz com graça e precisão, de quem sabe dar cor à história, parecendo até que nos conta uma história de memória, tão simples a linguagem, tão direta e firme, tão minuciosa que nos transporta para aqueles tempos, em que os poetas eram reconhecidos e - ó céus - vendiam livros. Poeta, engenheiro e diretor da Central do Brasil, também Luis Carlos, apesar de dedicado funcionário, foi alvo de críticas. Alguém passa incólume?
WALMIR AYALA - Nos Poemas Escolhidos de Ferreira Gullar, organizados por Walmir Ayala com coordenação de André Sefrin, o poeta declara "o prazer com que realizei este trabalho, sobretudo a felicidade de resgatar um universo poético essencial. E de imaginar que estão por aí estes resíduos de beleza, prontos a nos restaurar a confiança no ser humano e na urgência da vida."
Walmir Ayala já se foi. Ferreira Gullar está vivo. Um poeta está sempre levando outro pela mão para iniciá-lo na eternidade.
LUIZ OTÁVIO OLIANI - É cria da casa. Surgiu com o Panorama da palavra, saudoso e saudável sarau de poesia que aconteceu entre 1999 e 2004 no Rio de Janeiro e, uma vez reconhecendo-se poeta, não parou mais. Faz disso o seu objetivo e missão. Tem, além de tudo, vocação para divulgar a própria obra, coisa de que muitos se ressentem. Oliani não, Oliani sempre olha para a frente. É da poesia que sai sua força e guia. Agora vem aí Luíz Otávio Oliani - entre-textos. A obra reúne 41 diálogos poéticos com autores brasileiros contemporâneos.
Vai aqui também a reunião de poemas de Gregório de Matos, o Boca do Inferno,com seleção e prefácio de André Seffrin para as Edições Bestbolso, que oferece ao leitor os poemas daquele que é a grande expressão do barroco literário brasileiro. Gregório de Matos é um poeta livre de amarras, e o que o faz livre é o domínio do ofício, não o de um especialista, mas de um gênio incomum, graças ao qual pôde dizer o quanto quis, irreverente, satírico, cronista em poesia, crítico do seu tempo, evidentemente perseguido.
Escrevo, portanto, sobre o que é sempre novo, mesmo que antigo. Falo de poesia que,
não importa a forma, segue nova em outras vozes e continua lançando um pó mágico sobre os poetas que, esses sim, não se cansam de sabê-la, própria ou alheia.
O que seria dos poetas mortos se não fossem os poetas vivos?
São os poetas que não se cansam de reunir, organizar, traduzir, divulgar a poesia, como se deles dependesse (e depende) que ela siga por aí, tocando magnificamente as almas daqueles que não sabem bem o que sentem, não sabem bem, mas se acham diferentes, até que um dia se descobrem; também eles são poetas.
Temos aqui exemplos desses poetas que se dedicam à própria criação mas não descuidam das fontes em que se iluminaram. A homenagem aos mortos, autores de uma obra sempre-viva, só pode ser movimento de poeta. Fazem-no por vocação, porque sabem que assim estarão lidando com o que lhes dá prazer ao mesmo tempo em que possibilitam novas leituras dos poetas de outros tempos.
AUGUSTO SÉRGIO BASTOS - organizou e prefaciou a edição dedicada ao poeta Luís Carlos, que faz parte da série Essencial, uma iniciativa da Academia Brasileira de Letras dedicada a divulgar os poetas, ocupantes das 40 cadeiras da ABL, ao longo do tempo.
Não é a primeira vez que Augusto faz esse trabalho, e o faz com graça e precisão, de quem sabe dar cor à história, parecendo até que nos conta uma história de memória, tão simples a linguagem, tão direta e firme, tão minuciosa que nos transporta para aqueles tempos, em que os poetas eram reconhecidos e - ó céus - vendiam livros. Poeta, engenheiro e diretor da Central do Brasil, também Luis Carlos, apesar de dedicado funcionário, foi alvo de críticas. Alguém passa incólume?
WALMIR AYALA - Nos Poemas Escolhidos de Ferreira Gullar, organizados por Walmir Ayala com coordenação de André Sefrin, o poeta declara "o prazer com que realizei este trabalho, sobretudo a felicidade de resgatar um universo poético essencial. E de imaginar que estão por aí estes resíduos de beleza, prontos a nos restaurar a confiança no ser humano e na urgência da vida."
Walmir Ayala já se foi. Ferreira Gullar está vivo. Um poeta está sempre levando outro pela mão para iniciá-lo na eternidade.
LUIZ OTÁVIO OLIANI - É cria da casa. Surgiu com o Panorama da palavra, saudoso e saudável sarau de poesia que aconteceu entre 1999 e 2004 no Rio de Janeiro e, uma vez reconhecendo-se poeta, não parou mais. Faz disso o seu objetivo e missão. Tem, além de tudo, vocação para divulgar a própria obra, coisa de que muitos se ressentem. Oliani não, Oliani sempre olha para a frente. É da poesia que sai sua força e guia. Agora vem aí Luíz Otávio Oliani - entre-textos. A obra reúne 41 diálogos poéticos com autores brasileiros contemporâneos.
Vai aqui também a reunião de poemas de Gregório de Matos, o Boca do Inferno,com seleção e prefácio de André Seffrin para as Edições Bestbolso, que oferece ao leitor os poemas daquele que é a grande expressão do barroco literário brasileiro. Gregório de Matos é um poeta livre de amarras, e o que o faz livre é o domínio do ofício, não o de um especialista, mas de um gênio incomum, graças ao qual pôde dizer o quanto quis, irreverente, satírico, cronista em poesia, crítico do seu tempo, evidentemente perseguido.
Maravilla, siempre es bueno ponerse al día de la gran producción poética que crece en la flora diversa de la literatura brasileña!! Saludos afectuosos desde Santiago de Chile / Leo Lobos
ResponderExcluirPois, Helena, tenho o prazer de constar entre os entre-textos do Oliani. O que muito me orgulha.Abraços e grato pela divulgação da poesia. Pedro.
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