16 de junho de 2014

JOSUÉ MIRANDA


Acima da Copa, das eleições, das confusões, pairam sempre as coisas mais importantes para a nossa vida mesma, aquela que temos, que escolhemos, que seguimos. Nesse nascer tão comprido passam ou ficam muitos personagens que por mais que amemos num determinada época, de repente somem como se nunca tivessem existido enquanto o sentimento, que foi tão grande, tão eterno, vai se juntar a outros, num arquivo de afetos do qual às vezes até duvidamos. 

Outros não. Outros aparecem para ficar, ancoram no nosso coração de uma tal maneira que não se sabe qual é a âncora de um ou de outro. Navegamos com os melhores ventos. Aguardamos nas tempestades. O tempo passa e nos vemos um no outro, as melhores lembranças, as boas risadas, o passar dos anos. Já não somos os mesmos. Nova mesmo se mantém a amizade, límpida, confiante, que é quando sabemos que encontramos e teremos para sempre essa fonte de alegria a nos matar a sede.
Bailarino, artista plástico, cozinheiro, doceiro, morador do Vidigal há mais de 35 anos, cultivando amigos e pintando as antigas festas de rua que o marcaram para sempre, Josué Miranda, aos 78 anos, é uma referência para todos os que o conhecem e um exemplo para os que o acompanham na aventura em que ele transformou a luta diária, na resistência que forjou frente aos preconceitos, na salvação pela arte.


É bom e necessário enaltecermos as qualidades dos nossos amigos. E é bom também agradecer a sorte de tê-los encontrado. Mais ainda: que estejam por perto a nos lembrar o o que, realmente, vale a pena.


* este blog não segue as normas da reforma ortográfica.

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