O assunto era outro. Era sobre futebol. Mas em não sendo agora, chegará a sê-lo porque no Brasil todos os caminhos se encontram no futebol ou na música. Fico com a música.
O Brasil, que tem um uma bracinho monarquista e adora as tramas da corte (até lhe paga para que exista, haja vista o laudêmio) também adora a música. E nessa de adoração inventou (ou inventaram-lhe) que Roberto Carlos era e é o nosso rei. Que Pelé foi rei, que a rainha dos baixinhos é ela mesma e outras benevolências que a massa ignara costuma perdoar aos imperadores como Sarney ou Maluf, por exemplo.
Pois eu lhes digo (agora é moda): esse tal de Roberto Carlos não me representa. Considero-o, a par de bom compositor (às vezes) e por implicar com o sentimentalismo explícito, uma figurinha enjoada e um pouquinho fraca de raciocínio, sem posições definidas e muito menos assumidas. Um alienado, digamos.
Já o meu rei é outra coisa. O meu é solar, muito mais inspirado, classicamente inspirado, e muito elegante. Simpático, mesmo sem querer, e capaz de falar sobre coisas que importam, defendê-las e assumi-las, como faz um homem que pensa.
É tão famoso quanto o outro e sua obra há de inspirar o mundo daqui para eternamente.
Aqui não tem papo de isso pode e isso não pode dizer. Todo o mundo faz bobagem. Alguns ficam sabendo, mas e daí? Ser artista é ter os olhos do mundo voltados para si o tempo inteiro. O que o artista faz da sua vida é assumir, e não desmentir ou omitir.
Por tudo isso, pela Copa, pelo que há e não há de acontecer, proclamo aqui nessa declaração que é mais de patriotismo do que de amor:
Chico Buarque é meu rei.
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