15 de maio de 2015

POLÍCIA POLÍTICA

"Os nossos jovens vão ter que morrer sempre assim? A polícia vai chegar e matar todo mundo assim? Quem vai criar meu neto de três anos agora?" 

Desde domingo próximo passado já morreram 12 pessoas na guerra gerada pela repressão ao tráfico. Outra vez. De novo. Ainda. Até quando?
Morro de São Carlos, Fallet, Fogueteiro são as favelas da vez.  E eu fico aqui me perguntando, o que faço todos os dias, como uma sociedade pode se apegar a uma lei tão perversa, baseada em argumentos tão fracos, que escolhe reprimir a liberar; matar a educar; entender ao invés de eliminar. É disso que somos feitos?
Infelizmente, o Brasil continua sendo um país atrasado que ainda se curva aos delírios norte-americanos. Por causa deles, tememos a nós mesmos. Aos Estados Unidos pouco importa quantos de nós morremos todos os dias. Somos menores, misturados, facilmente manipulados. E se não se preocupam com as próprias guerras, por que se perturbariam com a nossa? É claro que não estamos isentos de culpa. A classe política é burra, conservadora e fanática e por causa disso ninguém pensa em dar andamento no processo de legalização (esse sim, de pacificação, sem armas, sem confrontos), apenas a lei dando ordem a uma demanda do mercado que é também um direito individual.

Há pouco tempo li uma manchete que considerei uma piada: a PM reprime pouco o jogo do bicho. Mas não houve comentários. Nem precisava, porque do jogo do bicho também sai muito dinheiro, assim como das drogas. Mas algum entendimento há com a cúpula do jogo do bicho porque ela não é perseguida, assim como não são perseguidos e presos os apontadores e viciados (ou o jogo não é vício?)
Todo o mundo mais crescidinho sabe o que aconteceu com a Lei Seca, nos Estados Unidos. Quanta gente morreu naquela guerra sem noção. E para quê? Para que as histórias rendessem filmes de ação?
A situação se complica e vejo outra vez as autoridades informarem displicentemente que a política é essa e continuará sendo. A Justiça segue indiferente ao conflito.
A guerra às drogas não terá vitórias. Terá apenas mortos para contar.
Só há uma solução: legalizar. Mas isso as autoridades não querem. Por algum motivo será. E com certeza não é a preservação da saúde pública porque para ter saúde é preciso estar vivo. Assim como devem estar vivas e protegidas as fontes de dinheiro que alimentam os "negócios de Estado".


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