17 de outubro de 2009

GUERRA NO RIO



No dia em que a ONG Viva Rio dá conta de que é precário o controle sobre armas apreendidas pela polícia no Brasil, conforme levantamento apresentado à Subcomissão Especial deArmas e Munições, na Câmara dos Deputados, acontece no Rio de Janeiro mais uma batalha de uma guerra perversa.

Doze mortos, doze pessoas, doze cariocas se foram hoje, mais dois estão em estado grave. Um helicóptero foi derrubado. E isso que a "inteligência" sabia da invasão anunciada. Sabia? E teve tantas baixas? Imaginem quando for apanhada de surpresa.

Além disso, que armas são essas que derrubam helicópteros? No entanto, fica sem resposta a pergunta: a guerra ao tráfico é para cumprir a lei que criminaliza o uso de drogas ou para alimentar a venda de armas? Eis a pergunta que ninguém responde publicamente.
Quanto ao helicóptero, destaque na imprensa internacional, tudo bem: o Ministro Tarso Genro já avisou que devolve o brinquedo ao Governador. Mas e as vidas, quem as devolve aos pais, aos filhos, às mulheres? Em nome de quê a teimosia de levar avante uma guerra perdida? Por que não tentar outra solução?
O Secretário de Segurança diz: "a população não precisa se preocupar. Trata-se apenas de uma microrregião". Como se não fossemos um povo só, correndo os mesmos riscos, sofrendo do mesmo medo. O Morro dos Macacos fica em Vila Isabel. Microrregião?
Infelizmente, aí estão os pobres na linha de frente da guerra. São muitos, podem morrer à vontade. Polícia ou bandido, não importa. A ordem precisa ser garantida. Por falta de coragem de adotar novas soluções.
Triste para o Rio, vergonhoso para os brasileiros saber que as autoridades que os governam insistem numa política nefasta em que a Nação é a única vencida.

Um comentário:

  1. Quando atacarem o Copacabana Palace, o Palácio do governador, o country clube, tomaremos providências para salvar os bastiões da democracia burguesa.
    Os ricaços e seus representantes podem dormir descansados, por enquanto.
    Tem muitos negros e pobres para servirem de barreira ao "beautiful people" da zona sul, portanto tudo não passa de um " desconforto em uma microrregião".
    Fica muito visível a preocupação do Estado com a "gente de bem", tanto que no Leme a ocupação permanente da comunidade num trabalho mais social do que repressivo acabou com a violência ( Babilônia e Chapéu Mangueira ).
    A máxima do presidente Washington Luis permanece : " o problema social é um problema de polícia".
    beijo

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