Este é Aldyr Garcia Schlee, escritor nascido em Jaguarão com um pé no Uruguai e residente no Capão do Leão. Mas eu sou do tempo em que o Capão do Leão pertencia a Pelotas e foi lá que tive a sorte de ser sua aluna e tocada pela paixão que o move, que é a paixão pela literatura.
De sua obra tão premiada muito já foi dito e vocês podem encontrar tudo no Google inclusive o texto que escreveu por ocasião da morte de Mario Benedetti, que me fez, como sempre, chorar. Assim como chorei com o prefácio que fez para o meu "pedaço de mim", como chorei tantas vezes lendo os Contos de Sempre, O Dia em que o Papa foi a Melo, Uma terra só. Contos de futebol, Linha divisória.
Que sei eu? Para mim é um escritor raro. E enorme. Sabe-se que está tudo lá: pesquisa, história, política, experiências, tudo cenário para a verdade com que constrói os personagens, que somos eu e você, e mais um sentimento fraterno que tem pelas vidas miúdas, pela capacidade de revelar como o sentimento iguala as pessoas e as transforma em heróis de histórias sem grandeza, mas absolutamente emocionadas e emocionantes. Talvez seja essa emoção, essa capacidade de não se deixar invadir pelo desencanto da maturidade que o faz transformar em criaturas de verdade aquelas que nunca se viram assim.
Não vejo a hora de ler Os limites do impossível. Estou louca para sentir a emoção que é única, que vem do encontro da arte com a nossa própria humanidade, despertada por quem conhece a fundo uma coisa e outra.
Estou louca para chorar e rir sabendo que ele está lá, no Capão do Leão, fazendo planos, contando histórias, com a Marlene, com os filhos, com a neta, que é Helena, com a memória de todas as coisas que vivemos e sonhamos, no Pelotense, na Gazeta, e que são como se fossem hoje, de rir e chorar.
Os limites do impossível - contos gardelianos
A fabulosa e triste história do nascimento de Carlos Gardel em Tacuarembó, Uruguai.
© Aldyr Garcia Schlee
Livro de contos - 204 páginas - 2009
Edições ARdoTEmpo
Aldyr Garcia Schlee é um dos escritores mais importantes do Rio Grande do Sul e do Brasil. Romancista e contista de fôlego, várias vezes premiado, escreve em português e em espanhol, mora bem ao ao sul do País, em local bastante próximo à fronteira com o Uruguai (Capão do Leão) e transformou tudo isso (vivência, cenários originais e diversidade cultural) em rica matéria-prima para sua literatura. É o designer criador do mítico uniforme da seleção brasileira de futebol (1953).
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Oi Helena, realmente o Schlee é uma pessoa incrível, daqueles professores raros e escritor de primeira. Hoje, quando for à Feira do Livro, certamente comprarei "os limites..."
ResponderExcluirnão conhecia, mas agora vou corrrendo ao google conferir a obra tão elogiada
ResponderExcluirQue sorte a nossa, Helena, crias do Schlee da sua forma de pensar o mundo, a vida e da sua grande literatura.
ResponderExcluirO livro é de ler num só dia, num só fôlego com todo o sentimento do mundo.
beijo
Querida Helena,
ResponderExcluirConcordo com tudo sobre o Aldyr, tanto que nós,os amigos artistas, fizemos uma exposição em Pelotas para comemorá-lo, só faltava tu!
Um beijão da "rainha do canalete",
Isolde Bosak
Oi, Helena, assim como tu, eu e o meu marido, Fernando, procuramos ler tudo o que o Aldyr Schlee publica. Inclusive, o "O dia em que o Papa foi a Melo", que deve ter inspirado o maravilhoso filme "El baño del Papa", fala de personagens que realmente existiram e que o Fernando conheceu, já que moramos em Jaguarão e ele é filho de pai e mãe uruguaios. Seguidamente Schlee escreve para jornais daqui e uma crônica que ficou em minha memória foi a respeito dos turistas que vem aos free shops, no Rio Branco - Uruguai e que simplesmente passam por Jaguarão e não percebem a beleza e a vida desta cidade. Ele escreveu com muita propriedade. Obrigada e um abraço.
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