11 de setembro de 2012

O ESTADO PELO CRIME

Cada um de nós tem manias. Eu tenho várias. Uma delas é ler classificados. Quando estou em outra cidade, por exemplo, a leitura de classificados me mostra mais ou menos o mapa da cidade e a distribuição de renda.
Também vejo propaganda eleitoral na televisão. Ao menos no início. Não porque nos informe de alguma coisa - tudo é mentira na tv, mas por causa das sensações que nos desperta. Riso muitas vezes, perplexidade, ira, revolta, outra vez o riso.
Lula apóia Eduardo Paes, como já apoiou Sérgio Cabral. "Veja a diferença entre o Rio há 30 anos e o de hoje". Que coisa! Nem ele nem Eduardo Paes sabem como era o Rio há 30 anos. Como comparar? Confesso, meus amigos: como dói!
Fernando Henrique recomenda Otávio Leite como se dissesse: não temos mesmo outra merda. Vamos com essa mesmo. Mas Fernando Henrique, lembrando Millor,"é um idiota. É o Sarney em barroco. Ele não diz coisa com coisa".
Otávio Leite promete duas professoras em cada sala de aula, mas não lhe passou pela cabeça dividir a classe em duas e confiar cada uma a uma só professora. Lula, com ar compungido, apóia Eduardo Paes com outra cara. Na época ele era O Cara, e Sérgio Cabral , na  visão dele mesmo, também era. Ambos rumo à Copa, uma fonte interminável de dinheiro (Lembrai Havelange e Ricardo Teixeira) mas antes (e rápido) a "pacificação" para o prefeito agora candidato posar de bom moço, como Sérgio Cabral fazia com os velhinhos, e o caso da Clínica Santa Genoveva foi um dos maiores exemplos.
Marcelo Freixo é, sem dúvida, o melhor candidato. Não há outra escolha se o braço gangrenado do Estado, a polícia, não buscar tratamento. Como se sabe, não há cura. O mais perto disso é não deixar que se espalhe, e é aí que Marcelo Freixo é importante, porque Eduardo Paes já fez sua opção pela guerra, ao contrário do que muitos pensam. Não há motivo para que a população pobre, além de ser pobre, seja também humilhada e engrosse, incrivelmente, a relação das mães que perderam seus filhos, dos filhos que perderam seus pais em confronto com a polícia sem que houvesse confronto ou testemunhas. "A injusta agressão", as deslavadas mentiras coletivas na comparação com as imagens. Todo o tempo o crime. Afastados para "investigações" os policiais criminosos saem das ruas e vão para a administração. Ora, também há crime na administração.

Chico Buarque e Wagner Moura apoiam Marcelo Freixo
Dudu Nobre e Diogo Nogueira apoiam (mas parece que foram pagos) Eduardo Paes. De qualquer forma, já se vê a diferença.
Há quem divulgue a farra das Olimpíadas. Mas esquecem a dos 500 anos. Governar é assim.
Não posso dizer que daqui a pouco, se eleito, Marcelo Freixo também não beneficiará sua turma. Por que não? Quem acha que isso é impossível não conhece a natureza humana.  
Paes, se tem a máquina, tem também a responsabilidade de apresentar uma boa cidade para viver. Mas o que vemos é cosmético. Asfalto ali e aqui, asfalto, asfalto ruim, porque logo estão de novo os buracos, calor, transporte insuportável, pessoas que morrem no tal BRT, policiais virados bandidos, milícias, matadores. Acho que os polícias ficam tramando planos enquanto incham suas barrigas. Sofrem todos do mesmo mal. Aliás, como é que se formam as barrigas dos policiais? Acaso será tomando cerveja? Ou depois que se formam não fazem mais exercícios? Não sabemos. Talvez só precisem exercitar o dedo e puxar o gatilho. E isso, está cada vez mais fácil.

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2 comentários:

  1. Essa política oficial e burocrática me dá um tédio, uma gastrite que não me atrevo gastar meus ralos neurônios.
    É sempre a reprise da reprise, o toma lá da cá de sempre, é dose de formicida em jejum.

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  2. É, meu caro Alfonsin, trocam as moscas, mas não trocam a... Como é mesmo, Dª. Helena?

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