24 de setembro de 2009

CASA COR - uma tendência


O assunto está ficando quente, e a cada vez dia mais pessoas discutem a questão da legalização das drogas. Tudo pode acontecer. Um dia acabou a guerra do Vietnã, aconteceu Woodstock, foi derrubado o Muro de Berlim. Quem garante que de uma hora para outra os homens não recuperem a coragem?

Le Monde diplomatique Brasil traz na edição de setembro nove páginas essenciais para a leitura e esclarecimento do público em geral, não apenas para adeptos e simpatizantes, porque relata, sob vários enfoques, a situação e os motivos por que até hoje as drogas não estão legalizadas. Tudo serve para desfazer o preconceito.

John Grieve, especialista da Unidade de Inteligência Criminal da Scotland Yard; Tiago Rodrigues, professor credenciado do Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos da UFF; Marco Mari, cientista social, membro dos Coletivos Marcha da Maconha e D.A.R; Caco Barcellos, entrevistado por Maíra Kubík Mano; Luciana Boiteaux, professora de Direito Penal e coordendora do Grupo de Pesquisas de Política de Drogas e Direitos Humanos da FND/UFRJ e Victor Palomo, psiquiatra, formam o rol de pessoas que abordam o assunto da legalização a partir de suas áreas de atuação.

Reproduzo um trecho: "O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados, cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado" (John Grieve)

ou um título:

"Aumenta o consumo. O proibicionismo falhou"

Vejam portanto que tenho muitos parceiros na propagação desta idéia. E de peso. Nada de maconheirinho chinelo de quem as classes dominantes fazem pouco. Tudo gente boa, ocupando cargos importantes na sociedade.
Por isso aproveito para coisas mais amenas, como a decoração, por exemplo, e sugiro a nova tendência para o verão que se avizinha, apesar do mau tempo de agora. E isso vale para tudo.

Um comentário:

  1. Saudações, Helena. Há muito venho fuxicando o seu blog e, confesso, sem muita coragem de postar um comentário abaixo das suas colocações embasadas e repletas de sobriedade. A falta de coragem, incomum quando o assunto é opinar, veio pela dificuldade que tenho de traduzir em palavras ou pensamentos algo tão distante e tão próximo da minha realidade. Não sou um usuário da maconha e, mesmo que digam o contrário, nunca experimentei a tal erva. Talvez seja um maconheiro passivo, visto que alguns amigos celebram os momentos compartilhados com um "beseadinho ingênuo". Assumo que no início, me espantava com tal comportamento. Careta que sou, achava-me cúmplice de um crime. Todavia, conheci tantos crimes de verdade que passei a considerar a maconha uma forma de interação social, um veículo de troca, de sociabilidade. Pessoas egoístas ao extremo, quando maconheiras, não se furtam de passar o baseado na roda. Viram solidários, risonhos, bacanas... Se aproximam mais daquilo que gosto de chamar de GENTE. Não experimentei ainda a Canabis, talvez nunca experimente, mas hoje sei que não é por caretice e sim por escolha. Eu vivo melhor assim, de cara limpa, cercado pelos risonhos amigos usuários. Não sou melhor que eles, nem pior. Apenas diferente. Contudo, me assusto muitas vezes diante dos perigos urbanos que nos assolam quando estamos juntos. Não legalizada, a maconha vira uma arma para a corrupção da polícia e via de marginalização para os maluco-beleza, que de doidos não têm nada. Outro dia, numa blitz da lei Seca, fiquei apavorado com a possibilidade de um dos meus amigos ter um baseado consigo. Pensei: vamos nos dar mal. E pelo que conheço dos meus companheiros, era provável que eles tivessem uma plantação naquele carro. Estava errado. Eles estavam limpos. Ainda assim tivemos que subornar a polícia em R$ 75,00 para não ficarmos sem o carro em plena Barra da Tijuca em dia de chuva. O motivo? IPVA atrasado em 2 dias. Agimos errado, eu sei. Não deveríamos subornar a polícia, mas para fugir da brutalidade daqueles homens da lei todo meio era bem vindo. Saímos daquela cena duvidando dos papéis. Quem era polícia, quem era bandido? E se estivéssemos portando uns gramas da erva? A polícia nos prenderia ou abriria uma roda pra fumarmos juntos? Ou será que tentaria nos vender um baseado dos bons? Especulações a parte, o fato é que depois do episódio decidi apoiar a descriminalização da maconha. Não só pra andar tranqüilo com meus amigos maconheiros, mas para não ficar com o coração na mão quando alguns deles tiverem que subir o morro pra buscar seus 50 gramas semanais, nem sofrer quando um deles ficar meses na cadeia porque foi pego sem o faz-me rir do suborno.

    Saudações caretas,

    Léo Nolasco.

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