
Recebo num informativo do Grupo Otimismo - uma atuante ONG no campo da ajuda ao portador da Hepatite C - a notícia de que a ciência descobriu um bicho novo para pesquisar a progressão da doença e testar medicamentos.
A descoberta - dizem - aumenta a esperança de manter a vida em milhares de portadores do vírus HCV, o que já tem levado a pesquisas com os chipanzés. Mas os chipanzés, vocês sabem, são poucos. E grandes.
O bicho da vez é a tupaia. Eu nunca tinha ouvido falar, e vocês? Pois ela é uma espécie de esquilo, menor, que se alimenta de insetos. As tupaias não são lá muito maternais no sentido que se prefere incentivar, relativamente à dedicação. O ninho do filhote é separado é a fêmea vai lá só uma vez por dia e lhes dá um precioso leite que, por sua vez, serve por um dia. Fora isso, está fora. Também não limpa os filhotes nem os salva, se por acaso escapam do ninho. Esse procedimento "negligente" dá aos humanos uma justificativa para o sacrifício. Já que são tão mazinhas, as tupaias podem perfeitamente servir para salvar vidas humanas, porque os humanos também gostam principalmente de se manterem vivos, mas também de se acharem "justiceiros"
De tal forma que manter-se vivo é hoje o próprio sentido da vida.
Não tem chipanzé? Vai tupaia.
As doenças são outras, as descobertas também. A única coisa que não muda é o sacrifício dos mais fracos.
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