15 de janeiro de 2010

O CÉU DO PROJAC












Como vocês sabem, o Rio de Janeiro não é o mesmo. E não é que eu seja tão pessismista. Leia as seções de cartas nos jornais e achará mais adeptos da minha opinião.
Os sucessivos maus governos, o efeito estufa e a falta de educação têm comparecido como fatores decisivos para a mudança. Verdade que a cidade resiste, e quem nunca viu ainda acha que é a cidade mais linda do mundo. Mas é só impressão de turista.
Fotografei de longe o novo Rio, porque se fotografasse de perto vocês veriam a sujeira, os buracos, as infrações, o desrespeito em geral, fora as enchentes e problemas dos apagões que a cada dia se repetem. De longe, quando é mais estonteante o poder da natureza, a forma como se desenha a catástrofe para o que poderia ser apenas uma chuva boa, de verão.
Não acreditem, portanto, nas imagens feéricas da novela de Manoel Carlos. Aquilo não existe. Trata-se de artifício, efeito especial, mentira leve. O céu do Rio de Janeiro agora é assim, uma ameaça, que quase sempre se cumpre.

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2 comentários:

  1. Não imaginava que o produto da Lumix iria parar tão cedo no Blog. Parabéns e vamos em frente!

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  2. Este céu do projac foi criado exclusivamente para o Homo Videns(ver Giovanni SARTORI, Teledirect Society), e nele não cabem nuances. Tudo é de um azul daltônico, pois a lei do espetacular age na perturbação da percepção visual. Somente a poetas (e pessimistas) é dada a capacidade de diferenciar cores e ritmos, uma vez que a novela de Manoel Carlos não apenas é totally blue, mas também ritmadamente monótona, chorosa e racista, daí o azul cianose que não comporta nenhuma outa cor.

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