"Parece, portanto, que homens e mulheres falham igualmente. Parece que não conhecemos em absoluto uma opinião profunda, imparcial e absolutamente justa sobre nossos próximos. Ou somos homens, ou somos mulheres. Ou somos frios, ou somos sentimentais. Ou somos jovens, ou estamos envelhecendo.
Em qualquer caso, a vida não é senão uma procissão de sombras, e sabe Deus por que as abraçamos tão avidamente e as vemos partir com tal angústia, já que não passam de sombras." (Virginia Woolf)
O ano já é outro, 2010. Apagadas as luzes, voltamos ao que somos, e o texto de Virginia Woolf vem na medida para ilustrar.
A quem amamos, desejamos o bem, o bonito e o abraço. Quanto àqueles de quem não gostamos (ou que não gostam de nós), não estamos nem aí e até um risinho esboçamos de vez em quando no momento em que se transformam em pó, como aconteceu agora com o Cel. Erasmo Dias.
Fora isso, a natureza, que há tanto tempo maltratamos, se levanta contra nós. Acostumados às tragédias, logo nos aprumamos e pensamos: isso não acontecerá mais. E no entanto, acontece. Não serviu para nada.
Dessa forma vamos caminhando, tanto os sábios como os ignorantes, desacreditando em tudo que não seja a nossa própria pessoa, mesmo que nos enganemos reiteradamente justamente em relação a ela.
Não tenho, portanto, nenhuma mensagem de otimismo. Tenho apenas algumas sugestões de leituras, que muito me encantaram nos feriados compridos do fim do ano.
Pra começar, além da citada Virgínia Woolf em O quarto de Jacob, sugiro Caim, de José Saramago - imperdível;
Pra relaxar, Os Espiões, de Luís Fernando Veríssimo;
Para encantar, Os limites do impossível, de Aldyr Garcia Schlee;
Para pensar, os contos policiais selecionados por Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares;
Para lembrar, os contos de Horacio Quiroga.
Para conhecer, A minha alma é irmã de Deus, de Raimundo Carrero.
Para viajar, a Antologia poética de Izacyl Guimarães Ferreira.
Isso feito, agradeço à literatura, aos homens e mulheres que a criaram e àqueles que ainda têm paciência para ler blogs.
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Fato é a miséria espiritual. Quanto mais patinamos, mais chafurdamos na vida movediça que nos traga. E assim sempre, desde sempre. Não fossem os hormônios, nem a juventude se salvava, cara Helena.
ResponderExcluirPrefiro agradecer as sugestões (lindas!) a comentários desanimadores...
ResponderExcluirbeijo! mt
Não há dúvida, somos uma procissão de sombras, quanto ao pensamento da genial Virginia Woolf.
ResponderExcluirPrefiro teus comentários "desanimadores"(realistas) do que as "pílulas de sabedoria" de Paulo Coelho, e a quadrilha da autoajuda.
lindo...
ResponderExcluirbj anna