Como escrever a todos que me respondem, por meio de comentários ou não? Fico tocada pela graça, muitas vezes lisonjeada. E até hoje só recebi uma resposta nervosa, de alguém que não quer nem ouvir falar em drogas. Pois muito bem. Existe até mesmo o direito de não querer ouvir, mas ignorar será uma posição inteligente? É preciso ouvir sobre tudo, ler, esmiuçar, e só então firmar uma opinião.
Mas ainda acho que o assunto drogas não se sobrepõe aqui a outros. Alguns hão de dizer: poesia é mais importante. Mas poesia é liberdade. E como consagrá-la escanteando alguns temas? Acho difícil.
De qualquer forma, não estou hoje para polêmica. Prefiro presentá-los com o poema de Alcides Buss, poeta catarinense leitor deste blog e de quem sou leitora. Assim são as coisas e assim se movimenta a comunidade poética.
Frente à poesia, nada mais a dizer. Fiquem com ele:
SARAMAGO NA ILHA
Mas ainda acho que o assunto drogas não se sobrepõe aqui a outros. Alguns hão de dizer: poesia é mais importante. Mas poesia é liberdade. E como consagrá-la escanteando alguns temas? Acho difícil.
De qualquer forma, não estou hoje para polêmica. Prefiro presentá-los com o poema de Alcides Buss, poeta catarinense leitor deste blog e de quem sou leitora. Assim são as coisas e assim se movimenta a comunidade poética.
Frente à poesia, nada mais a dizer. Fiquem com ele:
SARAMAGO NA ILHA
Alcides Buss
18 de agosto de 1999.
Sentamo-nos juntos, à beira-mar,
celebrando a arte da palavra.
Ali estavam escritores,
sonhadores incuráveis, e em fotografias revelaram-se felizes.
Falei dos mortos que protestam
em Antares, de Veríssimo.
Em silêncio, ele ouviu.
Falou dos vivos que se calam.
Em respeito, silenciei.
Então versamos sobre as ilhas.
A dele – foi dizendo – não tinha nada
da verde exuberância desta aqui.
A nossa – disse eu – tem agora
um pouco da distante Lanzarote,
um tanto das Canárias.
Brindamos à mútua nostalgia.
Formávamos, sós, o arquipélago
onde o mar é o verbo
que dia-a-dia nos redime
dos imensos vazios do existir.
18 de agosto de 1999.
Sentamo-nos juntos, à beira-mar,
celebrando a arte da palavra.
Ali estavam escritores,
sonhadores incuráveis, e em fotografias revelaram-se felizes.
Falei dos mortos que protestam
em Antares, de Veríssimo.
Em silêncio, ele ouviu.
Falou dos vivos que se calam.
Em respeito, silenciei.
Então versamos sobre as ilhas.
A dele – foi dizendo – não tinha nada
da verde exuberância desta aqui.
A nossa – disse eu – tem agora
um pouco da distante Lanzarote,
um tanto das Canárias.
Brindamos à mútua nostalgia.
Formávamos, sós, o arquipélago
onde o mar é o verbo
que dia-a-dia nos redime
dos imensos vazios do existir.
www.alcidesbuss.com
...
Privilégio primeiro:
ResponderExcluir- Ter conhecido Saramago pessoalmente, em Florianópolis-SC, quando preferiu uma brilhante palestra ao receber o título de Dr. Honoris Causa na UFSC.
Privilégio segundo:
- Conhecer pessoalmente o grande poeta catarinense Alcides Buss, que comemorou seus 30 anos de atividades literárias em nosso Congresso Brasileiro de Literatura, em Blumenau-SC.
Privilégio terceiro:
- Conhecer pessoalmene a querida poeta Helena Ortiz, com a qual tive a alegria de declamar poemas no Congresso Brasileirod e Poesia em Bento Gonçalves-RS e tb bater altos papos poéticos em Maceió-AL.
Evoé!
Tchello d'Barros
Belém-PA
oi.
ResponderExcluirsaudade.
se não da para te ver mais ao vivo, me contento pelo tal de blog.
uma coisa que ainda não pensei muito sobre como fazer.... fazer a barba todos os dias, tomar café... etc etc. deve ser fácil!?
mas agora te achei e como dizem os modernos "vou te seguir"
beijo
Otto
sempre precisamos do que nos redima... do vazio do existir... do existir no vazio?, talvez não, é lá que Saramago reside agora, nesse vazio pleno de palavras e de memórias...
ResponderExcluirbeijos
Helena querida,gostei muito da sua presença lá no blog. Tivemos até agora pouquíssimo contato, mas acredito que já flui uma interatividade entre nós.
ResponderExcluirVocê conheceu o Francisco Espinhara, foi?
É; infelizmente há três anos ele nos deixou e foi versar com outros poetas em outra estância.
Conheci Chico "de perto" quando eu tinha 18 anos e participava com ele e outros poetas aqui em recife de recitais de poesia. Ele sempre com aquele jeito polêmico e pessimista(era uma marca nele).
E quanto a Recife e seus poetas, fale-me do seu conhecer...
Deixarei um endereço lá no blog para mantermos contato.
Um abraço.
Quando vivos cabe aos próprios escritores divulgarem suas obras de uma maneira ou de outra... agora será a sua obra que divulgará o escritor Saramago. E os amantes de sua obra já começaram também!!! Ana Esther
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