Antes de encontrar o povo, o Papa
encontrou o engarrafamento. Nada mais carioca. E a polícia, como não podia
deixar de ser, deu o seu vexame.
A polícia está vivendo uma crise de
depressão: "Mas como, sempre nos disseram para prender e arrebentar, e
agora dizem que não se pode fazer mais nada, só se deixar cuspir?"
Sniffff. "É muito humilhante!" A outra hipótese é que não ataca
porque é antiético. Os encapuzados são os coleguinhas.
A polícia, "totalmente
integrada" com outras polícias que fazem a mesma coisa, foi mal nas
primeiras manifestações, no centro, quando atacou os manifestantes, retirou-se
do campo no episódio do Leblon e não se sabe bem como, debelou os ataques de
ontem, depois da saída do Papa do Palácio Guanabara, não sem deixar que
houvesse muita explosão e correria que causaram até ferimentos em um policial.
Ou dois? De repente, a polícia vira mártir porque demora a agir. Pura ficção.
A parte mais engraçada da chegada do Papa
foi o trajeto pela Presidente Vargas, (sem o conhecimento da Secretaria de
Transportes) quando um carro da comitiva bateu num outro da guarda municipal.
Durante o trajeto, os seguranças penavam tentando impedir que as pessoas se
aproximassem demais do papa, embora vez ou outra chegasse um bebê pela janela,
que o Papa beijava com naturalidade, como se aquele bando de desesperados ao
seu redor não estivesse ali rosnando e perguntando onde é que eu amarrei a
minha égua. Um deles (a imagem foi clara) disse para um colega: Olha aí, porra!
Mas essa linguagem é comum entre policiais, eles não têm papas na língua.
Tudo isso aconteceu depois de muitas
reuniões entre os comandos, entre todos os braços da máquina de matar. Idas a
Roma, treinamento, softwares, o diabo.
A Rede Globo, como é do seu estilo, transmite
tudo como se fosse um grande show. Mas que se cuide. O palco pode cair.
Há um calendário grande de manifestações, me informa a amiga que viu nas redes sociais. Não se sabe a que levará. E eu não entendo porque deixar agir para depois
coibir, se até uma amiga viu da varanda os encapuzados à espera.
(O filme) - A polícia consegue passar por toda a visita do Papa. E quando ele esta indo embora, alguém atira. Atira, mas não acerta. Comoção internacional. Vai ver, foi um ex-policial. Ou um policial, só para aliviar a tensão.
A polícia que se esfalfa em proteger o papa é a
mesma que mata, prende e, mais modernamente, apreende os jovens. No Brasil a
juventude pobre vai, preferencialmente, para a cadeia. Como a maioria pobre é
de negros, é lá que eles estão.
E a Justiça sabe a diferença entre preto e
branco. Por isso os mantém trancados.
Por isso a tranquilidade do Papa. Que mal maior poderia acontecer além de ser protegido pela polícia brasileira?
..
Nos jovens mascarados do Leblon, perdão pela redundância, revoltados com a falta de sol ou lentidão do 3G, balas de borracha; na favela, quebradas com jovens negros ou pobres, balas de verdade.
ResponderExcluirO Papa deve estar morrendo de medo, "protegido" pela polícia brasileira.
beijo
inspirador
ResponderExcluirGrande texto da Helena
Fico a ver o filme diretamente de Santarém-Portugal.
Beijos
joaquim emidio