23 de julho de 2013

CUIDADO: POLÍCIA!

Antes de encontrar o povo, o Papa encontrou o engarrafamento. Nada mais carioca. E a polícia, como não podia deixar de ser, deu o seu vexame.
A polícia está vivendo uma crise de depressão: "Mas como, sempre nos disseram para prender e arrebentar, e agora dizem que não se pode fazer mais nada, só se deixar cuspir?" Sniffff. "É muito humilhante!" A outra hipótese é que não ataca porque é antiético. Os encapuzados são os coleguinhas. 

A polícia, "totalmente integrada" com outras polícias que fazem a mesma coisa, foi mal nas primeiras manifestações, no centro, quando atacou os manifestantes, retirou-se do campo no episódio do Leblon e não se sabe bem como, debelou os ataques de ontem, depois da saída do Papa do Palácio Guanabara, não sem deixar que houvesse muita explosão e correria que causaram até ferimentos em um policial. Ou dois? De repente, a polícia vira mártir porque demora a agir. Pura ficção.  

A parte mais engraçada da chegada do Papa foi o trajeto pela Presidente Vargas, (sem o conhecimento da Secretaria de Transportes) quando um carro da comitiva bateu num outro da guarda municipal. Durante o trajeto, os seguranças penavam tentando impedir que as pessoas se aproximassem demais do papa, embora vez ou outra chegasse um bebê pela janela, que o Papa beijava com naturalidade, como se aquele bando de desesperados ao seu redor não estivesse ali rosnando e perguntando onde é que eu amarrei a minha égua. Um deles (a imagem foi clara) disse para um colega: Olha aí, porra! Mas essa linguagem é comum entre policiais, eles não têm papas na língua. 
Tudo isso aconteceu depois de muitas reuniões entre os comandos, entre todos os braços da máquina de matar. Idas a Roma, treinamento, softwares, o diabo.

A Rede Globo, como é do seu estilo, transmite tudo como se fosse um grande show. Mas que se cuide. O palco pode cair.

Há um calendário grande de manifestações, me informa a amiga que viu  nas redes sociais. Não se sabe a que levará. E eu não entendo porque deixar agir para depois coibir, se até uma amiga viu da varanda os encapuzados à espera.  

(O filme) - A polícia consegue passar por toda a visita do Papa. E quando ele esta indo embora, alguém atira. Atira, mas não acerta. Comoção internacional. Vai ver, foi um ex-policial. Ou um policial, só para aliviar a tensão. 

A polícia que se esfalfa em proteger o papa é a mesma que mata, prende e, mais modernamente, apreende os jovens. No Brasil a juventude pobre vai, preferencialmente, para a cadeia. Como a maioria pobre é de negros, é lá que eles estão.
E a Justiça sabe a diferença entre preto e branco. Por isso os mantém trancados.


Por isso a tranquilidade do Papa. Que mal maior poderia acontecer além de ser protegido pela polícia brasileira?



..


2 comentários:

  1. Nos jovens mascarados do Leblon, perdão pela redundância, revoltados com a falta de sol ou lentidão do 3G, balas de borracha; na favela, quebradas com jovens negros ou pobres, balas de verdade.
    O Papa deve estar morrendo de medo, "protegido" pela polícia brasileira.

    beijo

    ResponderExcluir
  2. inspirador
    Grande texto da Helena
    Fico a ver o filme diretamente de Santarém-Portugal.
    Beijos
    joaquim emidio

    ResponderExcluir